A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e o Departamento Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagraram a operação “Coalizão Pelo Bem”, na manhã desta sexta-feira (18/06), que resultou no cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão em nome de líderes de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas que atua no Rio de Janeiro e no Amazonas. A operação aconteceu simultaneamente nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará.
No Amazonas, a operação foi coordenada pelos delegados Bruno Fraga e Gabriel Poiava, respectivamente, titular do DRCO e do DGCOR-LD. Até o momento, foram cumpridos cinco mandados de prisão na capital amazonense. Também foi apreendido um patrimônio avaliado em meio milhão de reais, com a apreensão de quatro veículos de luxo, além de dinheiro em espécie.
A operação é fruto de ampla investigação que envolveu a Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (SEAI), da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). Durante a ação policial deflagrada no Rio de Janeiro, coordenada pela delegada-geral da PC-AM, Emília Ferraz, com o apoio do DRCO e Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), foram presos três criminosos que são cabeças de uma facção criminosa. Entre eles foram presos Marcelo da Silva Nunes, conhecido como “Marcelão”, cunhado do traficante Gelson Carnaúba, e Pedro da Silva de Carvalho, responsável pela gerência financeira da organização criminosa.
Na coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o governador do Estado, Wilson Lima, destacou que a operação “Coalizão pelo Bem” foi mais uma etapa importante que foi concluída no combate aos ataques criminosos ocorridos no estado. “Estamos empenhados e comprometidos com a população do Amazonas, sobretudo no que diz respeito à segurança pública”, afirmou.
Na ocasião, o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Louismar Bonates, lembrou que já foram presas 82 pessoas e dois adolescentes apreendidos desde o início das ações policiais em torno dos ataques criminosos, sendo 45 em Manaus e 34 no interior do estado, e mais três no Rio de Janeiro.
“Estou no Rio de Janeiro, juntamente com as equipes do DRCO e do Grupo Fera, e prendemos, até o momento, três criminosos que comandaram do Rio de Janeiro os ataques ocorridos no Amazonas no início do mês de junho. A operação ocorreu no Complexo da Penha, uma área em que há mais de 10 anos ninguém entrava. Eu me sinto honrada da segurança pública ter cumprido sua promessa de se deslocar para onde fosse necessário para que chegássemos a todos os autores dos atentados ocorridos no nosso estado”, enfatizou a delegada-geral da PC-AM, Emília Ferraz.
Estrutura criminosa
Dos mandados judiciais solicitados pela Polícia do Amazonas, foram presas cinco pessoas em Manaus. Elas foram identificadas como André Luiz Peres de Araújo, Antônio Henrique Santos da Silva, Francisco de Assis Rodrigues Monteiro Júnior, Lilian Ramos da Silva e Raimundo Lima da Silva. Além de três presos no Rio de Janeiro.
No Amazonas, os mandados foram cumpridos com apoio do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) e da Força Nacional de Segurança. O objetivo é desarticular uma estrutura criminosa desenvolvida para a lavagem de capitais oriundos do tráfico de drogas praticado pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Ao todo, no Amazonas atuaram 60 policiais, sendo 40 da PC-AM, 16 da PC-RJ e quatro da Força Nacional de Segurança.
As investigações identificaram uma forte ligação entre o grupo criminoso do RJ e seu braço no Amazonas, evidenciando que os membros dos grupos criminosos se valiam do sistema bancário e de empresas de fachada para a remessa de valores do Rio de Janeiro para o Amazonas. Em aproximadamente um ano e meio, o montante de transferências chegou a mais de R$ 126 milhões.
Tais recursos seriam utilizados para o fortalecimento da facção no Amazonas, bem como para a aquisição de armas e drogas para o grupo criminoso do Rio de Janeiro, haja vista a organização criminosa amazonense controlar territorialmente uma das principais rotas de tráfico da América Latina: a Tríplice Fronteira Amazônica, formada pelas cidades de Tabatinga, no Brasil; Santa Rosa, no Peru, e Leticia, na Colômbia.
Durante a investigação, constatou-se que a estrutura de lavagem de dinheiro também prestava serviço para o Primeiro Comando da Capital (PCC), a partir de recursos oriundos do estado de São Paulo.
As investigações identificaram ainda a presença de importantes lideranças do Comando Vermelho do Amazonas, responsável pela ordem para os ataques na cidade de Manaus nos últimos dias.
Informação Assessoria
Foto: Arthur Castro