Parintinense transforma lixo em peças de arte baseadas nas técnicas que aprendeu com o pai

Reconhecido nacionalmente por confeccionar belas obras artísticas com materiais simples, o artista plástico e de alegoria do Boi Caprichoso, Claudenor Alfaia da Costa, popularmente conhecido como “Nonôca”, confeccionou artefatos utilizando resíduos sólidos com técnicas que aprendeu com o pai, Deusdite Venâncio da Costa, o “Didi Faz Tudo”,

Intitulado “Memória e Sustentabilidade Cultural”, o projeto de “Nonôca” Costa destaca o reaproveitamento de materiais como ferro e isopor, que ficam nos galpões de alegoria dos bois Caprichoso e Garantido. O artista teve o projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Parintins, por meio do governo federal. Ele ressaltou como surgiu a proposta do novo trabalho.

Artista teve o projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc. (Foto: Pedro Coelho/Arquivo)

“O trabalho surgiu de uma forma para buscar alternativas de sobrevivência. Por ser filho de um mestre do saber cultural, surgiu a ideia de criar um núcleo digital em homenagem a “Didi Faz Tudo” e criar artefatos com resíduos sólidos. Eu, como artista da área, tenho a convicção que o planeta precisa ser cuidado. Estamos cansados de ir para a arena defender a Amazônia e nós mesmos na prática a excluímos de uma forma injusta, tendo em vista que produzimos muito lixo”, disse.

Dentre as obras confeccionadas pelo artista “Nonôca” destacam-se “Arte: o poder que transforma”, artefato feito em arame, vaso de cimento feito com flocos de isopor; e “Ancestralidade”, escultura de um rosto de um índio feita em isopor, revestida de serragem de madeira e pigmentada com jato de tinta em aerógrafo, acoplada a um suporte de metal em formato de chama de fogo.

Para a construção das obras, “Nonôca” Costa teve a ajuda da sua esposa, Clívia Figueira, e sua equipe de trabalho, composta de pintores e escultores que o acompanham há muitos anos.

Natureza e cultura
Além da reutilização de materiais sólidos, o trabalho desenvolvido pelo artista “Nonôca” traz uma mensagem de preservação em prol da Amazônia.

“As obras vão muito além do embelezamento, elas trazem uma mensagem de cura, de sustentabilidade, do conceito de produção limpa e ecológica para preservar nossa Amazônia”, reitera.

“Nonôca” teve ajuda da esposa para construir as peças. (Foto: Pedro Coelho/Arquivo)

O socioambientalista do Boi Garantido, Joel Araújo, enfatizou que o projeto construído pelo artista “Nonôca” completa a luta pela defesa dos povos indígenas.

“Preservar a natureza é importante para preservar a cultura. Estamos vendo agressões às comunidades indígenas, quando a gente defende a floresta, defendemos a sobrevivência desses povos. A partir do momento que eles têm seu território protegido, também estamos defendendo sua cultura”, explana.

Exposição

Os trabalhos de “Nonôca” estão em exposição no Mercado Municipal Leopoldo Neves, em Parintins, distante a 369 quilômetros de Manaus, desde a última segunda-feira, 22.

A abertura do evento foi realizada às 18h e contou com a presença de Carla Garcia, coordenadora especial de Turismo de Parintins, do próprio artista “Nonôca”, sua esposa Clívia Figueira, o socioambientalista Joel Araújo, e a pesquisadora Irian Butel. A exposição ficará no Mercado Municipal de Parintins até o dia 29 de novembro.

 

 

 

Informação Assessoria 

Foto: Divulgação 

 

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